Auto-retrato desenhado com as sombras bem marcadas em azul em contraste com o branco, sobre um fundo rosa. Todo o retrato possui uma textura de impressão e rabiscos pretos e verdes por cima.

Faz um tempo que ando refletindo a minha prática nesses experimentos pessoais e percebo que cada vez mais tenho um distanciamento da ideia predominante de criatividade.

Acho que entendemos uma pessoa criativa como alguém que cria coisas novas com frequência e esse criar tem um medidor de ineditismo, os mais criativos são aqueles que inovam e colocam coisas novas no mundo nunca vistas antes.

É o dito “criativo” do mercado de publicidade, design, etc.

Nesse meu espaço me percebo cada vez mais distante dessa ideia de criar o novo e ando me conectando cada vez mais com a ideia de reprodução e operação.

A reprodução no sentido mais objetivo dela o de copiar e remontar coisas que já vi sendo feitas e a operação na ideia de controlar esses aparatos digitais ou não para reproduzir coisas.

A cópia sendo meu processo e a operação meu fim.

Claro, eu sei, que isso também pode ser lido como criar, nada se cria tudo se copia, que para executar isso é necessário criatividade, etc. Mas falo aqui do que geralmente é reprimido, do que não é correto que é a cópia pela cópia, a inversão da ordem do operar e fazer ser o fim e o conceito, a ideia, o inédito nem sequer existir.

A cópia nunca será o original e isso me interessa.

Iterar sobre as coisas do mundo, sem a pretensão de encontrar lógicas nunca traçadas antes e sim apenas pela vontade de faze-las.

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