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Grão

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Tipo: Blog

Categorias: fotografia, textos

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Não sou um fotógrafo dedicado, acabo sempre fazendo o mínimo pra não perder um filme. Não gasto horas limpando o negativo, fugindo das possíveis poeiras que possam surgir, quase sempre tudo que é escaneado fica. Acho que quase todos os meus filmes são fotografados no limiar do errado.

Acho lindo quem tem o esmero da fotometria perfeita rendendo o negativo perfeito com sua latitude perfeita de tons nas sombras e luzes. Não é muito pra mim não.

A fotografia analógica acaba sendo gentil com meus desleixo, quando acabo errando muito a exposição ainda sim consigo escanear o filme e no tratamento digital chegar onde gosto. Vou pesando a mão e ele começa a aparecer, a presença física do sal de prata queimado que registrou a minha imagem. O grão gerando um ruído orgânico que domina toda a imagem. O ruído aqui se torna um elemento unificador, borra as fronteiras do reconhecível. É um tom contínuo, não tem aresta.

Nas imagens, pequenos recortes feitos em cima das minhas últimas fotos. Acho que eles demonstram bem essa relação bonita do grão que desmancha a imagem.

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