1-3 Analógico
Eu tenho uma percepção pessoal de que o desenho e a pintura possuem mais valor quando estão no universo analógico do que no digital. Existe uma romantização do trabalho manual. O processo de se debruçar sobre algo por muito tempo em uma técnica específica, um processo sem Ctrl + Z. De certa forma reflete muito da nossa sociedade, você levou mais tempo, correu mais riscos, teve mais trabalho então tem mais mérito por isso. Na minha vida as aulas de história da arte sempre passaram aquém da arte digital, parece até que os computadores surgiram apenas no século 21.
2-3 Pixel
Uma imagem digital é formada por uma grade de pixels, pequenos quadrados que variam suas cores para compor uma imagem. As cores de um pixel geralmente são definidas em 3 canais, Vermelho, Verde e Azul, onde cada um deles possui um valor entre 0 a 255. Em programas de edição de imagem é comum termos um gráfico exibindo um histograma para cada cor. Um histograma é um tipo de gráfico que exibe a distribuição de frequência de um determinado valor. Para visualizar uma imagem digital o histograma distribui os todos os pixels da imagem em uma escala de 0 a 255. A mesma informação utilizada para compor uma imagem digital é a mesma para compor o histograma. No mundo do pixel, a imagem nem sempre precisa ter apenas uma representação.
3-3 Scanner
Na minha adolescência computacional o periférico mais mágico e impactante no meus processos foi o scanner. Basicamente a partir dele eu consegui juntar os rabiscos que fazia a mão para dentro da minha ferramenta preferida de trabalho, o computador. Pelo meu parco conhecimento de eletrônica, colocar os mais diversos tipos de objetos dentro do scanner e ficar aguardando eles se transformarem em pixel era algo tão revelador e empolgante quanto revelar aquele filme fotográfico que ficou na gaveta a anos. Era a construção de uma nova imagem digital a partir de uma analógica. O scanner era um portal entre essas duas realidades.