Gravura do período colonial impressa e borrada com imagens de mulheres negras com cestas na cabeça.

Vestígios é construído a partir da apropriação de imagens do período colonial brasileiro. Essas imagens encarregadas de registrar a vida aqui é um dos registros mais comum de passado para pessoas negras e indígenas aqui. Porém essas construções imagéticas, não são uma memória e sim um retrato distante de alguém que não associava aqueles retratados para além da condição de objeto.

A partir desses vestígios de memória retirados de acervos públicos faço uma impressão em uma impressora jato tinta caseira e dissolvo a imagem com água, deixando ela parcialmente ou totalmente irreconhecível assim como essa memória que tenta criar um rastro de significado, mas que muita vezes não significa. As distorções que ocorrem reforçam uma ligação de apagamento desse passado e também a distância dessas imagens com a realidade.


Escrevi um breve texto complementar sobre o acesso a acervos disponível no link: https://guilhermevieira.info/2025/02/o-acesso-ao-passado-e-o-direito-a-ele/