Uma vez minha namorada me levou para passear na Universidade Estadual de Londrina, no Paraná onde ela cursa Design Gráfico. Entrei em poucas faculdades e universidades em São Paulo, talvez umas 3 ou 4 contando as que entrei para fazer o ENEM. Dessas a USP é a que posso estabelecer o paralelo para meu raciocínio.
Na USP, você tem que ter carteirinha ou estar com alguém que tenha para entrar, e quando digo entrar significa atravessar para dentro da universidade, não necessariamente entrar nos prédios. A Universidade é rodeada de muros e tem prédios mega distantes um dos outros que geram grandes hiatos de vazios estranhos. Vazio esse que me causou certo incomodo até. No pouco período de tempo foi difícil tentar estabelecer uma relação de pertencimento ao lugar, talvez depois de um curso você se sinta com mais propriedade do espaço.
Então chegando na UEL, logo de cara procurei pelos tão comuns muros de São Paulo e vi apenas uma guarita com alguns guardas conversando tranquilamente enquanto adentrávamos a aquele espaço. A cada vez que avançávamos via corredores largos, prédios com um arquitetura simples que sumiam dentro das árvores. Bancos, espaços para cartazes, e cachorros que andam felizes para lá e pra cá.
Não estudei naquele local, mas me senti acolhido. E esse pensamento é o que deve ser remetido em uma universidade pública. Alias esse é o sentimento que todos os espaços públicos deveriam exalar.
Não é a presença de muros, vias para carros e policiais que irá fazer um lugar seguro para se transitar. Qualquer lugar esta sujeito as ações do mundo, e as ações podem ser pertencimento, de fazer parte e construir a parte. Se preocuparmos menos com o vandalismo que poderá um dia acontecer – ou nunca acontecer – e colocarmos a ocupação a frente acredito que teremos espaços públicos muito mais próximos do que é público de verdade.
No tempo que fiquei lá fiz algumas fotos. Segue o link para todas as fotos:
http://www.flickr.com/photos/terceiroolho/sets/72157635427645710/