No título o tempo se refere ao presente. Ontem assistindo a uma apresentação de um projeto de Identidade Visual na faculdade ouvi de Cláudio Ferlauto quando digiria seus comentários sobre o trabalho apresentado algo que faz muito sentido, não vou lembrar exatamente as palavras, mas era algo assim “Não usem Frutiger, Helvetica, Univers, Bodoni, existem tão bons tipografos e type foundries. Usem fontes do seu tempo.” Isso pra mim é uma grande lucidez como profissional, geralmente esperamos ouvir o contrário de designers mais velhos e consagrados. E o pior é ouvir de designers mais novos que o velho é sempre bom, e vem a mente os versos de Belchior pra complementar isso. Não sei se o que ele quis dizer é nesse sentido nessa canção, mas é sempre este sentido que fica na minha cabeça quando ouço.
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando…
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem…
Nos temos essa mania de idolatrar o passado não como referência mas como verdade. Acredito que devemos ter consciência do passado para construir com ele, moldar ele e transformar ele em prensente. Adoção do passado como verdade maior e única, pra mim é um grande engano daqueles que não sabem admirar as belezas do presente.